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O Brasil precisa investir mais em infraestrutura. Rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, hidrovias, mobilidade urbana, saneamento, energia e telecomunicações são vetores essenciais de integração nacional, de atração de investimentos e de redução de desigualdades regionais. As associações que integram a “Aliança para a Infraestrutura” manifestam profunda preocupação com os efeitos prejudiciais da recém editada Medida Provisória 1.303 no tocante aos investimentos no setor de infraestrutura, notadamente quanto ao aumento da carga tributária incidente sobre as chamadas debêntures incentivadas, um dos instrumentos mais importantes para captação de recursos privados que viabilizam a expansão da infraestrutura brasileira. Ao longo da última década, o Brasil avançou significativamente em projetos de concessão à iniciativa privada. Marcos regulatórios foram modernizados e consolidados, melhorando a prestação de serviços para a população. Apesar do avanço, o investimento ainda é insuficiente para expandir nossa infraestrutura, reduzir o custo de transporte e os preços dos produtos e serviços, gerar competitividade no exterior e universalizar o saneamento. O Brasil precisa avançar nessa agenda de desenvolvimento. A MP vai na contramão disso! Com evidentes restrições orçamentárias, o Brasil tem avançado em mecanismos de financiamento privado ao setor, especialmente como as debêntures incentivadas, fundamentais para viabilizar investimentos prioritários para o país. Entretanto, as debêntures e outras formas de captação privada – como Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Imobiliário (LCI) – foram colocadas novamente no centro da discussão do ajuste fiscal. Vale a pena onerar investimentos ao invés de reduzir gastos? A imposição de novos tributos nesses instrumentos vai encarecer o crédito, reduzir a atratividade dos investimentos produtivos e inibir os projetos estruturantes que o país tanto precisa para destravar sua logística e melhorar a qualidade de vida dos brasileiros. A busca por arrecadação vai encarecer tarifas, desestimular projetos inovadores e limitar a implementação de soluções em regiões menos atrativas economicamente. Em alguns casos, a pressão por receitas pode postergar ou reduzir investimentos em expansão, eficiência ou sustentabilidade — elementos estratégicos para desenvolvimento de longo prazo. A infraestrutura não pode ser tratada como fonte arrecadatória, mas como instrumento estruturador do crescimento econômico. Projetos que priorizam investimentos em expansão de capacidade, modernização, conectividade regional e internalização dos ganhos multiplicadores do setor geram valor sistêmico para as mais diversas cadeias produtivas e para a competitividade nacional. A experiência internacional e brasileira mostra que, quando bem desenhadas, políticas de incentivo ao investimento estruturado e à expansão eficiente da infraestrutura tendem a gerar aumento de arrecadação no médio e longo prazo, mitigando o impacto inicial sobre o orçamento público e promovendo círculos virtuosos de desenvolvimento. A infraestrutura é o fermento que faz o bolo crescer para todos. Com menos fermento o bolo fica menor, a economia enfraquece e todos perdem! O setor de infraestrutura tem papel vital para o futuro do Brasil. Um ajuste fiscal que onera investimentos não é a saída para o país superar gargalos históricos, expandir sua competitividade global e construir uma economia mais justa e dinâmica. Aliança para a Infraestrutura Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários – ANTF Davi Ferreira Gomes Barreto Diretor-Presidente Melhores Rodovias do Brasil – ABCR Marco Aurélio Barcelos Diretor-Presidente Associação Brasileira de Terminais Portuários – ABTP Jesualdo Conceição da Silva Diretor-Presidente Aeroportos do Brasil – ABR Fábio Rogério Teixeira Dias de Almeida Carvalho Presidente Associação de Investidores em Infraestrutura Multissetorial – MoveInfra Ronei Glanzmann Diretor Executivo Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos – ANPTRILHOS Ana Patrizia Gonçalves Lira Ribeiro Diretora Executiva Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto – ABCON SINDCON Christianne Dias Ferreira Diretora Executiva

Nosso CEO, Ronei Glanzmann, participou nesta quarta-feira (11.06) do Fórum InfraLeste, evento realizado em Vitória (ES) e organizado por seis federações das indústrias: Espírito Santo (Findes), Bahia (Fieb), Goiás (Fieg), Minas Gerais (Fiemg), Rio de Janeiro (Firjan) e São Paulo (Fiesp). Durante a palestra “Posicionando o Arco Leste na Logística Nacional”, Ronei destacou as recentes conquistas do setor, como a criação das debêntures incentivadas, das debêntures de infraestrutura e das LCDs, Letra de Crédito de Desenvolvimento. Glanzmann lembrou ainda que o país passou por um processo de aperfeiçoamento da modelagem dos contratos, com fortalecimento das agências reguladoras, melhoria da qualidade da regulação e incremento das concessões e PPPs de estados e municípios. “O resultado disso é um boom de infraestrutura, com muitos projetos sendo colocados na rua. Projetos de rodovias, ferrovias, mobilidade urbana, aeroportos e concessões novas de hidrovias que têm gerado muitos benefícios para a sociedade, atraindo investimentos nacionais e internacionais, reduzindo o custo do Brasil e melhorando a qualidade de vida de toda a sociedade.” Glanzmann também abordou os desafios que vêm pela frente, como licenciamento ambiental, cenário de juros altos, aumento de impostos e a reforma tributária. “A infraestrutura é um transatlântico, demora para embalar. Temos que prestar atenção para não desacelerar esse transatlântico, o que seria muito ruim para o país, porque é ele que tem empurrado a economia”, avaliou. O Arco Leste conecta os portos da Bahia ao Rio de Janeiro, passando pelos complexos portuários do Espírito Santo, permitindo o escoamento da produção do Centro-Oeste, Bahia e Minas Gerais, além do oeste paulista. Essa rota integra portos, ferrovias, rodovias e aeroportos. O Fórum InfraLeste contou com a participação de especialistas e autoridades, como o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço; do governador, Renato Casagrande; do diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Sampaio; do diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, e representantes das federações das indústrias.
As entidades abaixo assinadas vêm expressar seu posicionamento acerca das discussões em torno da criação de um marco legal para o licenciamento ambiental brasileiro. Reforçamos nosso compromisso com o licenciamento ambiental como ferramenta essencial para assegurar que as atividades produtivas estejam alinhadas ao uso sustentável dos recursos naturais, à preservação ambiental para futuras gerações e à segurança pública. Por essa razão, rejeitamos propostas que busquem enfraquecer significativamente ou desestruturar este instrumento fundamental. Entretanto, destacamos a necessidade urgente de reestruturação e racionalização do licenciamento ambiental, visando maior eficiência, previsibilidade, agilidade e imparcialidade técnica nas avaliações realizadas. É essencial eliminar o excesso burocrático, evitar sobreposições de competências institucionais e impedir que o licenciamento seja indevidamente utilizado como instrumento para resolver questões excedem o escopo dos impactos dos projetos. A criação de um marco legal unificado, capaz de consolidar as diversas normas existentes e oferecer uma plataforma comum para todos os níveis federativos, é crucial para organizar adequadamente o processo, proporcionar segurança jurídica e evitar práticas excessivas e ineficientes que não contribuem para atingir os objetivos ambientais desejados. Uma Lei Geral de Licenciamento Ambiental precisa garantir elementos fundamentais como a adequação das exigências e tipos de licenciamento (declaratório, simplificado ou tradicional) às características específicas e ao potencial impacto dos empreendimentos, assegurar a autonomia dos órgãos ambientais responsáveis, vincular condicionantes ambientais diretamente aos impactos constatados nos estudos técnicos, promover a integração e otimização dos processos de licenciamento para empreendimentos semelhantes, e priorizar etapas iniciais e de monitoramento. Além das diretrizes gerais, é necessário um reordenamento administrativo que estabeleça uma distribuição mais equilibrada das responsabilidades e prazos entre os setores público e privado. Isso envolve definir prazos máximos claros, razoáveis e previsíveis para a emissão das decisões finais pelos órgãos ambientais, unificar requisitos técnicos e uniformizar os prazos de validade das licenças emitidas. Defendemos também a existência de regras transparentes, com definições e critérios objetivos que agilizem e tornem previsível o licenciamento ambiental para quaisquer tipos de atividades e empreendimentos, conforme estabelecido na Lei Complementar 140 de 2011. Ressaltamos especialmente a importância de critérios claros sobre o porte e potencial poluidor dos projetos, garantindo um equilíbrio federativo justo entre União, estados, municípios e Distrito Federal no processo de licenciamento. Dessa forma, manifestamos nosso total apoio ao relatório unificado apresentado pelos senadores Tereza Cristina e Confúcio Moura ao PL 2159/2021, entendendo que o conteúdo proposto corresponde plenamente às expectativas da sociedade brasileira no sentido de aperfeiçoar e modernizar o licenciamento ambiental. Por fim, reiteramos nosso pedido ao Excelentíssimo Presidente do Senado Federal, Senador Davi Alcolumbre, para que a matéria seja apreciada com celeridade em plenário, considerando a maturidade do texto construído e a urgência que o tema requer. 20/05/2025 ESSE É O POSICIONAMENTO DAS ENTIDADES ABAIXO SUBSCRITAS À PRESENTE MANIFESTAÇÃO: 1. ABBA – Associação Brasileira da Batata 2. ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio 3. ABAQUE – Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia 4. ABCC – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado 5. ABCZ – Associação Brasileira de Criadores de Zebu 6. ABCS – Associação Brasileira dos Criadores de Suínos 7. ABEEÓLICA – Associação Brasileira de Energia Eólica 8. ABEGÁS – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado 9. ABEMI – Associação Brasileira de Engenharia Industrial 10. ABEN – Associação Brasileira de Energia Nuclear 11. ABGRAV – Associação Brasileira de Geração Renovável 12. ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos 13. ABIAPE – Associação Brasileira dos Investidos em Autoprodução de Energia 14. ABIC – Associação Brasileira da Indústria de Café 15. ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne 16. ABIFUMO – Associação Brasileira da Indústria do Fumo 17. ABINEE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 18. ABIHV – Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde 19. ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais 20. ABIPESCA – Associação Brasileira das Indústrias de Pescados 21. ABISOLO – Associação Brasileira das Indústrias de Tecnologia em Nutrição Vegetal 22. ABPIP – Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás 23. ABLAV – Associação Brasileira de Laticínios 24. ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal 25. ABRABOR – Associação Brasileira de Produtores e Beneficiadores de Borracha Natural 26. ABRACEEL – Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia 27. ABRADEE – Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica 28. ABRADEMP – Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia de Menor Porte 29. ABRAFRIGO – Associação Brasileira de Frigoríficos 30. ABRAFRUTAS – Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados 31. ABRAGE – Associação Brasileira das Empresas Geradoras de Energia Elétrica 32. ABRAGET – Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas 33. ABRAMILHO – Associação Brasileira dos Produtores de Milho 34. ABRAPCH – Associação Brasileira de PCH e CGH 35. ABRAPA – Associação Brasileira dos Produtores de Algodão 36. ABRASEM – Associação Brasileira de Sementes e Mudas 37. ABRASS – Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja 38. ABRATE – Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica 39. ABREN – Associação Brasileira de Energia de Resíduos 40. ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica 41. ACRIMAT – Associação dos Criadores de Mato Grosso 42. ADELAT – Associação de Distribuidoras de Energia Elétrica Latino-Americanas 43. ADIAL – Associação Pró-Desenvolvimento Industrial do Estado de Goiás 44. ADUGO – Associação dos Desenvolvedores Urbanos do Estado de Goiás 45. AELO – Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano 46. AENDA – Associação Nacional das Empresas de Produtos Fitossanitários 47. AMA BRASIL – Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil 48. AMPA – Associação Matogrossense dos Produtores de Algodão 49. ANACE – Associação Nacional dos Consumidores de Energia 50. ANAPA – Associação Nacional dos Produtores de Alho 51. ANDAV – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários 52. ANE – Academia Nacional de Engenharia 53. ANEOR – Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias 54. ANTF – Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários 55. AIPC – Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau 56. APINE – Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica 57. APROSMAT – Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso 58. APROSOJA BRASIL – Associação Brasileira dos Produtores de Soja 59. APROSOJA MS – Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul 60. APROSOJA MT – Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso 61. BIOENERGIA BRASIL – Bioenergia Brasil 62. BIOSUL – Associação de Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul 63. CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção 64. CECAFÉ – Conselho dos Exportadores de Café do Brasil 65. CITRUS BR – Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos 66. CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil 67. CNI – Confederação Nacional da Indústria - CNI - Sistema Indústria 68. CROPLIFE BRASIL – CropLife Brasil 69. COGEN – Associação da Indústria de Cogeração de Energia 70. FAESP – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo 71. FAMASUL – Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul 72. FAMATO – Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso 73. FEPLANA – Federação dos Plantadores de Cana do Brasil 74. FENSEG – Federação Nacional de Seguros Gerais 75. FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo 76. FIEMT – Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso 77. FIRJAN – Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro 78. FMASE – Fórum de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Meio Ambiente do Setor Elétrico 79. IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração 80. IBP – Instituo Brasileiro de Petróleo e Gás 81. MOVEINFRA – Associação de Investidores em Infraestrutura Multissetorial 82. OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras 83. ORPLANA – Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil 84. SECOVI/SP – Sindicato dos Condôminos e Imobiliários de São Paulo 85. SECOVI/GO - Sindicato dos Condôminos e Imobiliários de Goiás 86. SINDAG – Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola 87. SINDAN – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos Para Saúde Animal 88. SINDICERV – Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja 89. SINDIRAÇÕES – Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal 90. SINDIVEG – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal 91. SRB – Sociedade Rural Brasileira 92. SUCOS BR – Associação Brasileira das Indústrias de Suco Integral 93. UNEM – União Nacional do Etanol de Milho 94. UTCAL – Utilities Telecom & Technology Council América Latina 95. VIVA LÁCTEOS – Associação Brasileira de Laticínios 96. WEC – World Energy Council
Com quase R$ 12 bilhões disponíveis, o Fundo Clima, vinculado ao Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima, é uma das ferramentas indispensáveis para ajudar o Brasil a cumprir as metas de redução de GEE (Gases de Efeito Estufa). Os recursos são oriundos da exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, além de receitas próprias do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de títulos soberanos emitidos pelo Tesouro. Esses recursos precisam, portanto, ser bem aplicados em projetos que de fato contribuam para a transformação energética. Embora as iniciativas de investimento em alternativas aos combustíveis fósseis sejam louváveis, os critérios de acesso ao fundo precisam contemplar meios sustentáveis de transporte que considerem o perfil da carga e do território brasileiro. Um exemplo disso é o caso das ferrovias. Segundo relatório do BNDES sobre emissões de CO2 e consumo de combustível por modo de transporte, o transporte nas rodovias emite mais que o dobro de GEE quando comparado ao modo ferroviário em carga geral. Mas, atualmente, os trilhos representam apenas 20% da matriz brasileira, menos de um terço do transporte rodoviário. Atualmente, o Fundo Clima financia exclusivamente o transporte ferroviário elétrico, o que ainda não condiz com a realidade brasileira. O Brasil é o quinto maior país do mundo em dimensões territoriais (8,5 milhões de km²), o terceiro que mais exporta produtos agrícolas e o segundo que mais produz minério de ferro. A malha ferroviária de carga opera predominantemente com locomotivas diesel-elétricas, ou seja, que ainda não atendem aos critérios para acessar os recursos com taxas mais acessíveis. A natureza da carga e a geografia do Brasil exigem mais esforços. Não podemos limitar o acesso ao Fundo Clima apenas à eletrificação da ferrovia. O instrumento precisa atender às necessidades do país e ampliar seu escopo de atuação para além do perímetro urbano. O financiamento deveria contemplar também as obras de expansão da infraestrutura ferroviária. O objetivo da transição energética é diminuir as emissões de carbono. É passar, no que for possível, do uso de combustíveis de fontes fósseis para alternativas que emitem menos GEE, indo além da simples troca de combustível. Para se ter uma ideia, para cada ponto percentual de aumento das ferrovias na matriz de transporte, há uma redução anual nas emissões de GEE de cerca 2 milhões de toneladas. Isso equivale ao carbono sequestrado anualmente por uma floresta do tamanho da região metropolitana de São Paulo. E a barreira do Fundo se estende a outros modais. Em portos, por exemplo, há uma demanda para aquisição de portêineres, equipamentos elétricos que movimentam os contêineres. No entanto, o Fundo Clima exige um percentual de conteúdo nacional, o que impede sua utilização, visto que não há produção desse tipo de equipamento no Brasil. O setor rodoviário também sofre dessa mesma dor. O Fundo Clima não permite ainda, por exemplo, o financiamento de infraestruturas de recarga para veículos elétricos leves, o que é um contrassenso com a tendência global de eletrificação da frota. O Brasil precisa ser protagonista nessa mudança. Este ano sediaremos a COP30, em Belém, no Pará. O maior evento climático do planeta sendo realizado no coração da Floresta Amazônica. Que exemplo estamos dando ao mundo? Mudar a matriz de transporte brasileira é o caminho para a descarbonização do setor e para a preservação da nossa biodiversidade. As próximas gerações agradecem. Ronei Glanzmann CEO do MoveInfra

A Coalizão para Descarbonização dos Transportes apresentou os resultados de um estudo para mitigar as emissões de Gases de Efeito Estufa do setor. O plano propõe 90 ações concretas, integradas e mensuráveis para consolidar o país como protagonista global em mobilidade sustentável. O objetivo é reduzir em até 70% as emissões setoriais previstas em 2050 e atrair mais de R$ 600 bilhões em investimentos verdes ao Brasil. “O Brasil é um país continental, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, quase 215 milhões de habitantes, o que nos leva a concluir que não temos uma solução única para a transição energética. Muitas coisas já foram feitas mas ainda há um longo caminho a trilhar rumo à descarbonização da infraestrutura”, disse Glanzmann. Atualmente, o setor de transportes no Brasil é responsável por 11% das emissões nacionais, o que representa a emissão de 260 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (MtCO₂e). Com a implementação das medidas propostas pela Coalizão, será possível reduzir a pegada do setor de transportes para 137 MtCO₂e, evitando o lançamento de 287 MtCO₂e, o que equivale ao plantio de 13,67 bilhões de árvores ou à retirada de aproximadamente 62,4 milhões de veículos de passeio das ruas. A Coalizão para Descarbonização dos Transportes é uma iniciativa formada por mais de 50 associações setoriais, empresas e academia. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

O movimento que reúne as seis maiores empresas de infraestrutura do país (CCR, EcoRodovias, Hidrovias do Brasil, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo) terá Ronei Glanzmann como novo CEO a partir do dia 17 de janeiro. Economista do Banco Central, ele tem ampla experiência no setor de infraestrutura, principalmente no segmento aéreo, tendo passado por cargos de chefia no Poder Executivo durante os três últimos governos federais. Glanzmann assume o comando do MoveInfra após a saída de Natália Marcassa, que estava à frente do movimento desde o seu lançamento, em dezembro de 2022. Marcassa deixou o posto para assumir a vice-presidência de Relações Governamentais, Regulatório e Comunicação Externa da Rumo. O MoveInfra segue sustentado em seus três pilares – Atração de Investimentos, Segurança Jurídica e Compromisso Social e Ambiental – e mantém seu propósito de contribuir para avanços regulatórios e melhoria no ambiente de negócios. O ano de 2025 indica muitos desafios à infraestrutura nacional. O cenário macroeconômico e o avanço das reformas estruturais, previstos para este ano, são fatores fundamentais para o desenvolvimento sustentável da infraestrutura. “É uma agenda realmente desafiadora, capaz de melhorar efetivamente a vida das pessoas. Em 2025, o setor terá uma carteira robusta de projetos em todos os modais, o que torna o investidor ainda mais seletivo, especialmente no atual cenário de juros elevados. Há também muito a ser feito na regulamentação da Reforma Tributária; e levaremos à COP30 caminhos para a descarbonização e a resiliência das infraestruturas logísticas”, afirma Glanzmann. Na avaliação do CEO da Santos Brasil e presidente do Conselho de Administração do MoveInfra, Antonio Carlos Sepúlveda, a chegada de Ronei mostra o compromisso do movimento com o desenvolvimento da infraestrutura. “Glanzmann é um profissional com muita experiência, ocupou cargos importantes na esfera pública, principalmente no setor aéreo. Isso, com certeza, vai agregar conhecimento e credibilidade às nossas pautas”. Antes de aceitar o convite para o MoveInfra, Ronei Glanzmann atuava como diretor comercial, regulatório e institucional do Grupo Aeropart, sendo responsável, entre outros projetos, pelo desenvolvimento do Aeroporto Internacional de São José dos Campos (SJK Airport). Já exerceu o cargo de secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura de 2019 a 2022, diretor de Outorgas, Patrimônio e Políticas Regulatórias da mesma pasta entre 2011 e 2019 e membro da Comissão de Especialistas responsável pela revisão do Código Brasileiro de Aeronáutica no Senado Federal. Glanzmann também atuou como gerente de Análise Estatística e Acompanhamento de Mercado da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) de 2006 a 2011 e como vice-presidente do Conselho de Administração da Inframerica (concessionária do Aeroporto de Brasília) de 2012 a 2016. Foi ainda presidente do Conselho de Administração da Infraero de 2019 a 2022, e membro dos conselhos de administração dos aeroportos de Guarulhos (2019 a 2020) e de Viracopos (2020 a 2023). É bacharel em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), possui MBA em Administração Financeira e Mercado de Capitais pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pós-graduação em Análise Macroeconômica pela Universidad Pablo de Olavide, em Sevilha, na Espanha. MoveInfra O MoveInfra é um movimento que reúne os seis principais grupos de infraestrutura do país, formado por companhias de capital aberto, listadas no Novo Mercado da B3, que classifica as empresas com maiores índices de governança corporativa, e parte no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e no Índice de Carbono Eficiente (ICO2).