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Natália Marcassa: "O setor privado acredita muito no caminho da transição ecológica"
 
 21 de novembro de 2023
 
Em evento promovido pela ANTT na B3, Marcassa destacou a importância de práticas ESG na infraestrutura

A CEO do MoveInfra, Natália Marcassa, participou nesta tarde do “Painel 3 – ESG, desafios e oportunidades de financiamento” no InfraESG Talks, evento idealizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e organizado pelo Fórum Brasil Export e pela B3. O debate reuniu personalidades do setor público e privado para discutir a prática de políticas ESG no setor de infraestrutura.  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcassa lembrou que, além do ambiental, o ESG envolve governança. No setor de transportes, por exemplo, houve importantes avanços na última década. Segundo Natália, essa é uma diretriz a ser seguida com prioridade. “A gente encontra empresas com governança super organizada e transparente, assim como em associações setoriais, como o MoveInfra, que exige participação no Novo Mercado”.
 
 No social, Marcassa destacou que o setor de infraestrutura possui estratégias de atuação focadas nas comunidades afetadas pelos projetos e obras. “Ano passado, tivemos cinco milhões de pessoas impactadas pelos investimentos na área social das empresas do MoveInfra, que gastaram cerca de R$ 200 milhões em ações sociais. São comunidades que terão relação com as empresas e com os empreendimentos durante 30, 40 anos”.
 
 Outra questão levantada pela CEO do MoveInfra é a adaptação da infraestrutura às mudanças climáticas, que devem ocorrer de forma mais intensa e recorrente. Obras como alteamento de pontes ferroviárias para evitar alagamentos, dragagem de rios para permitir navegação em tempos de seca, reforço de encostas em rodovias, entre outras adaptações, precisam se tornar resilientes, mas custam caro. “Como a gente faz para financiar esses projetos? Espero que todas as captações do Tesouro para o título de sustentabilidade lançado esse ano sejam sucesso, como foi a primeira, quando foram captados U$ 2,5 bi. O Fundo Clima precisa muito desse recurso”. 
 
 Natália adiantou, ainda, que está preparando um estudo junto às áreas de sustentabilidade das empresas associadas para acelerar a descarbonização, processo já iniciado pelo time do MoveInfra. “A EcoRodovias, por exemplo, já é carbono neutro em suas operações, com diminuição ou compensação de emissão de gases de efeito estufa; e a Santos Brasil, que acaba de comprar 10 guindastes elétricos para operação portuária”. O estudo deve ser publicado no primeiro semestre de 2024.
 
 Marcassa finalizou sua exposição com as iniciativas das empresas associadas do MoveInfra nas políticas ESG e de diversidade. “O setor privado acredita muito no caminho da transição ecológica. Pela diversidade, todas nossas empresas têm metas de inclusão de gênero e de pessoas negras nas operações e nos cargos de chefia. Até 2030, a meta é termos 50% de mulheres na liderança. A CCR tem uma mulher na presidência do conselho de administração, a Ultracargo tem a meta de alcançar 30% de mulheres na operação do porto. O MoveInfra está super focado nessas políticas afirmativas e de inclusão”.
 
 Participaram do painel a chefe do Departamento de Infraestrutura e Concessões Rodoviárias do BNDES, Nathalia Saad; a diretora executiva de ESG do BTG Pactual, Rafaella Dortas; o presidente da InvesteSP, Rui Gomes e o superintendente de Finanças Sustentáveis do Santander Brasil, Alex Sciacio. O debate foi mediado pelo superintendente de Licitações da B3, Guilherme Peixoto.
 

Durante nosso evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, foi assinado o Pacto pela Infraestrutura, movimento que reúne entidades do setor em torno de uma agenda comum para o fortalecimento das bases institucionais e regulatórias do país.                                                              O pacto reforça a necessidade de aprovação de marcos legais estratégicos, como a Nova Lei de Concessões e PPPs (PL 2.373/2025). O projeto foi conduzido pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) na Câmara dos Deputados, onde passou por intensas discussões ao longo de quase cinco anos até ser aprovado em maio deste ano. Depois disso, o projeto foi ao Senado, mas ainda não teve relator designado pelas comissões temáticas onde deve tramitar.                                                                          O CEO da Santos Brasil e presidente do Conselho Diretor do MoveInfra, Antonio Carlos Sepúlveda, lembrou que ainda não foi nomeado um relator para este projeto de lei no Senado. Segundo ele, seria oportuno que a proposta fosse aprovada ainda nesta legislatura. “Eu acho que seria muito importante que nestes últimos talvez doze, 13 meses de legislatura, porque depois entra em ritmo de eleição, fica muito difícil, acho que seria importante sair desta legislatura com pelo menos este projeto aprovado”, disse.                                                                                                            Além desse projeto de lei, o pacto também indica o aperfeiçoamento do licenciamento ambiental, o fortalecimento e a autonomia financeira das agências reguladoras, além da proteção das infraestruturas críticas com medidas de segurança e combate à atuação do crime organizado, como propostas essenciais para o desenvolvimento do setor.                                                                         Assinaram o pacto: MoveInfra, ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), ABR (Aeroportos do Brasil), ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários), Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto) e Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias). O documento segue aberto para novas adesões.                                                              Segundo a diretora-executiva da ANPTrilhos, Ana Patrizia, porta-voz da iniciativa, a aliança nasce da constatação de que as entidades do setor compartilham um objetivo único: impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura como vetor do crescimento econômico e social do Brasil.                       “O que trazemos é uma plataforma de ação coletiva. Esperamos o apoio do poder público, do Legislativo, das agências e da sociedade, porque a infraestrutura precisa ser tratada como uma política de Estado”, afirmou a porta-voz das associações.                                                                                                            Leia abaixo a íntegra do documento:
 

O MoveInfra realizou nesta quarta-feira (22.10) o evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, que propôs um debate abrangente sobre os caminhos para modernizar e ampliar a rede de transporte e logística, conciliando eficiência, inovação e responsabilidade socioambiental.
 


