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Grandes empresas de infraestrutura unem-se em movimento para programas de longo prazo no setor
24 de janeiro de 2023

Dimmi Amora, da Agência iNFRA


Cinco grandes companhias que trabalham com o setor de infraestrutura no país decidiram unir-se no que estão chamando de um movimento em prol do setor no país. O Move Infra se inicia formado por empresas listadas na B3, a bolsa de valores de São Paulo: CCR, EcoRodovias, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo.

Natália Marcassa, ex-secretária de Fomento, Planejamento e Parcerias do Ministério da Infraestrutura na gestão do ex-ministro Tarcísio de Freitas, foi escolhida para ser a CEO da iniciativa, que pretende focar em discussões sobre as necessidades de longo prazo do setor.


“O objetivo de ter criado esse movimento é para tratar infraestrutura de longo prazo, com impacto no desenvolvimento sócio ambiental do Brasil. A gente quer fazer a discussão que não é a de vender o almoço para comprar o jantar”, disse Marcassa em entrevista à Agência iNFRA. “A nossa discussão é a do longo prazo. Como que a gente atrai mais investimento, como eles são focados em impacto social e ambiental, como que a gente traz segurança jurídica para proporcionar estabilidade para esses contratos de investimentos.”



Evento em Brasília


O Move Infra será oficialmente lançado com um evento presencial no dia 8 de dezembro, em Brasília, que será promovido pela Agência iNFRA. Nesse evento, o foco será dado aos três eixos de trabalho do movimento: atração de investimentos, segurança jurídica e compromisso socioambiental.


Segundo Marcassa, cada um desses itens será trabalhado com atuação do movimento com o objetivo de melhorar o ambiente de negócios no país. No caso da atração de investimentos, por exemplo, o foco inicial ficará sobre a reforma tributária.


“Queremos ter um olhar em como ter uma taxação inteligente para o investimento”, disse a CEO, indicando que o movimento também vai trabalhar em prol da manutenção da reforma trabalhista e na ampliação das fontes de financiamento, citando o PL de Debêntures de Infraestrutura

.

No caso da segurança jurídica, o foco será no fortalecimento das agências reguladoras.


“São todos investidores de longo prazo. Como a gente garante segurança jurídica se a gente não tem agência forte?”, perguntou Marcassa, que foi diretora da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).


Na parte legislativa, o foco ficará no projeto de lei do novo marco de concessões, que está em discussão no Congresso. Para ela, o país tem uma boa legislação do setor e é preciso ficar atento a mudanças nessa área.



Infraestruturas resilientes


Entre os compromissos sócio ambientais, Natália destacou que as cinco empresas já têm compromissos próprios, mas que não será possível mais falar sobre infraestruturas sem olhar como elas impactam a sociedade. A discussão da nova lei de licenciamento ambiental no Congresso também está entre os temas prioritários.


Outro tema que será tratado pelo movimento é a criação das infraestruturas resilientes, devido às mudanças climáticas em curso, além do debate sobre o mercado de créditos de carbono. Natália Marcassa também falou sobre a relação do movimento com outras associações, lembrando que ele se soma a iniciativas que já existem na relação com os poderes públicos.


“Mas nós vamos estar dedicados ao que, às vezes, as associações mais setoriais acabam perdendo, pelo seu próprio objetivo, que é o longo prazo. São temas que a gente não resolve em seis meses, um ano. Mas a gente quer fazer um debate permanente para a gente ir evoluindo”, afirmou Marcassa.



Cem mil empregos


As cinco empresas têm mais de R$ 68 bilhões em ativos no mercado, distribuídos entre rodovias, ferrovias, aeroportos, terminais portuários e mobilidade urbana. Foram R$ 36 bilhões investidos nos últimos cinco anos no país, com a geração de mais de 100 mil empregos.


A associação será composta por companhias dos setores ligados a infraestrutura de transportes que tenham capital aberto na B3 e sejam integrantes do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e/ou do Novo Mercado.


Fonte: Agência Infra


30 de outubro de 2025
Durante nosso evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, foi assinado o Pacto pela Infraestrutura, movimento que reúne entidades do setor em torno de uma agenda comum para o fortalecimento das bases institucionais e regulatórias do país. O pacto reforça a necessidade de aprovação de marcos legais estratégicos, como a Nova Lei de Concessões e PPPs (PL 2.373/2025). O projeto foi conduzido pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) na Câmara dos Deputados, onde passou por intensas discussões ao longo de quase cinco anos até ser aprovado em maio deste ano. Depois disso, o projeto foi ao Senado, mas ainda não teve relator designado pelas comissões temáticas onde deve tramitar. O CEO da Santos Brasil e presidente do Conselho Diretor do MoveInfra, Antonio Carlos Sepúlveda, lembrou que ainda não foi nomeado um relator para este projeto de lei no Senado. Segundo ele, seria oportuno que a proposta fosse aprovada ainda nesta legislatura. “Eu acho que seria muito importante que nestes últimos talvez doze, 13 meses de legislatura, porque depois entra em ritmo de eleição, fica muito difícil, acho que seria importante sair desta legislatura com pelo menos este projeto aprovado”, disse. Além desse projeto de lei, o pacto também indica o aperfeiçoamento do licenciamento ambiental, o fortalecimento e a autonomia financeira das agências reguladoras, além da proteção das infraestruturas críticas com medidas de segurança e combate à atuação do crime organizado, como propostas essenciais para o desenvolvimento do setor. Assinaram o pacto: MoveInfra, ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), ABR (Aeroportos do Brasil), ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários), Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto) e Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias). O documento segue aberto para novas adesões. Segundo a diretora-executiva da ANPTrilhos, Ana Patrizia, porta-voz da iniciativa, a aliança nasce da constatação de que as entidades do setor compartilham um objetivo único: impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura como vetor do crescimento econômico e social do Brasil. “O que trazemos é uma plataforma de ação coletiva. Esperamos o apoio do poder público, do Legislativo, das agências e da sociedade, porque a infraestrutura precisa ser tratada como uma política de Estado”, afirmou a porta-voz das associações. Leia abaixo a íntegra do documento:
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23 de outubro de 2025
O MoveInfra realizou nesta quarta-feira (22.10) o evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, que propôs um debate abrangente sobre os caminhos para modernizar e ampliar a rede de transporte e logística, conciliando eficiência, inovação e responsabilidade socioambiental.
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