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COP30: MoveInfra lança estudo de adaptação climática na infraestrutura
11 de novembro de 2025
Mediado pelo CEO do MoveInfra, Ronei Glanzmann, painel destacou as principais ações que podem ser adotadas para aperfeiçoar a resiliência climática dos ativos

O MoveInfra apresentou nesta terça-feira (11.11) o Estudo sobre adaptação às mudanças climáticas na infraestrutura logística, realizado pela Marsh McLennan e Oliver Wyman. Durante o painel na COP30, moderado pelo CEO do MoveInfra, Ronei Glanzmann, foram destacadas as ferramentas essenciais para aperfeiçoar os contratos de concessão que contemplem instrumentos regulatórios eficientes e que garantem investimentos seguros em resiliência e adaptação das infraestruturas.
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Na avaliação do CEO da Motiva, Miguel Setas, é importante viabilizar mecanismos cautelares para agilizar o socorro ao caixa das concessionárias impactadas por eventos climáticos. “Para empresas que não têm liquidez tão sólida, instrumentos como esses precisam estar disponíveis”.
Segundo o trabalho, a matriz de riscos em contratos de concessão de infraestrutura deve reconhecer, de forma clara e detalhada, os riscos climáticos que já impactam a prestação do serviço ou que possam vir a impactar no futuro, considerando diferentes cenários climáticos. Os contratos de concessão são longos, podendo durar até 40 anos, e foram elaborados em um cenário de mudanças climáticas muito diferente do atual.
A consultora de Sustentabilidade da Marsh McLennan, Marjorie Leite, afirmou que o setor de seguros está se adaptando à realidade climática, mas atua atualmente para tratar riscos. “Como a gente sabe a frequência dos eventos climáticos, é importante agir de forma preventiva e estratégica”.
Marjorie citou ainda, como indica o estudo, a utilização dos Cat Bonds, instrumentos financeiros que transferem parte do risco de desastres para investidores institucionais e operam como uma apólice de seguro emitida no mercado de capitais. “É um mecanismo que já é usado no mundo e pode ser aplicado no Brasil”.
O estudo recomenda tornar obrigatória a inclusão de riscos climáticos nas matrizes de risco de concessões desde os estudos de viabilidade, definir faixas de alocação de risco em todos os contratos, incluir cláusulas de Build Back Better (BBB) e criar protocolos padronizados de reequilíbrio cautelar. Para contratos em andamento, a recomendação é que sejam incorporados riscos climáticos e medidas de resiliência nas revisões contratuais, por meio de reequilíbrios e aditivos.
O vice-presidente Jurídico, Compliance e Socioambiental da Rumo, Valter Pedrosa, defendeu que o Brasil precisa de mecanismos inovadores e lembrou da criação do Programa de Sustentabilidade da ANTT como exemplo de referência para garantir investimentos de mitigação e adaptação. “Precisamos investir na frente regulatória para aperfeiçoar os contratos”.
Para a diretora Regulatória e Institucional da Hidrovias do Brasil, Mariana Pescatori, tanto o setor privado quanto o setor público de infraestrutura precisam de um plano de contingência para enfrentar questões climáticas. “Não dá para aguardar o reequilíbrio, precisamos de mecanismos mais céleres”, defendeu. Pescatori destacou a importância do modal hidroviário para diversificar a matriz de transporte brasileira. “A concessão do rio Paraguai vai mostrar o quanto esse modelo é melhor para o país”.
O estudo abre algumas frentes prioritárias de ação para agilizar os processos regulatórios e garantir eficiência na resiliência e adaptação das infraestruturas:
• Atuar em prevenção e em resposta
• Planejar e priorizar com base em risco
• Aperfeiçoar mecanismos contratuais, alocação e compartilhamento de riscos
• Fomentar pesquisa, desenvolvimento e inovação
• Garantir liquidez e mecanismos financeiros de resposta
• Consolidar uma governança de resiliência nacional
O estudo completo está disponível no botão abaixo:

O MoveInfra, movimento que reúne as seis maiores empresas de infraestrutura do país - EcoRodovias, Hidrovias do Brasil, Motiva, Rumo, Santos Brasil e Ultracargo -, estará presente na COP30 para mostrar como o setor de transporte é peça essencial no processo de transição energética para uma economia de baixo carbono. Em parceria com o Sistema Transporte (CNT, SEST SENAT e ITL), o MoveInfra montou um estande na Estação do Desenvolvimento, espaço destinado a promover o diálogo entre governo, empresas, academia e sociedade civil sobre os desafios e as soluções para a descarbonização do transporte e o desenvolvimento sustentável no Brasil. O MoveInfra apresenta na terça-feira (11.11), com exclusividade, o Estudo sobre adaptação às mudanças climáticas na infraestrutura logística. O documento reúne uma análise detalhada do setor de transporte e logística e propõe algumas ações que podem aperfeiçoar contratos de concessão com foco na redução das emissões de Gases de Efeito Estufa. Os CEOs e representantes das associadas do MoveInfra participam de debates importantes como multimodalidade e novas tecnologias, financiamento verde, adaptação climática, entre outros. As empresas também vão apresentar experiências de sucesso nas áreas de governança corporativa e programas sociais. Na avaliação do CEO do MoveInfra, Ronei Glanzmann, estar no maior evento climático do mundo realizado no coração da Amazônia é a oportunidade de mostrar que os setores propulsores da economia estão alinhados com a causa ambiental. “Nossas empresas atuam em todos os modais de transporte e logística e formam uma cadeia sustentável de desenvolvimento, com compromissos e metas transparentes de redução das emissões em suas operações”. Confira a programação* completa: 1ª SEMANA Segunda-feira (10/11) 15h - Abertura oficial da Estação do Desenvolvimento 16h - Motiva apresenta: Oportunidades da agenda de biodiversidade para o setor de infraestrutura Terça-feira (11/11) 14h20 - Coalizão para Descarbonização dos Transportes apresenta: como tornar o setor de transportes um contribuidor ativo para a redução de emissões brasileiras. 17h - Lançamento do Estudo sobre adaptação às mudanças climáticas na infraestrutura logística Quarta-feira (12/11) 16h - Multimodalidade e novas tecnologias: como a logística pode contribuir para redução de emissões 17h - Entrega do Prêmio de Sustentabilidade do MPOR Quinta-feira (13/11) 17h - Desafios e oportunidades para o financiamento verde Sexta-feira (14/11) 15h - Motiva apresenta: Cidades no Clima: Fortalecimento de competências locais para gestão do risco do desastre, adaptação e justiça climática Sábado (15/11) 11h – Ministério dos Portos e Aeroportos apresenta: Agenda climática e infraestrutura de transporte: aprendizados e desafios 12h - Rumo apresenta: Plataforma Integrada de Geotecnologia e Gestão Ambiental para a ferrovia de Mato Grosso 12h30 - Motiva apresenta: Principais conclusões e recomendações do estudo Coalizão para Descarbonização dos Transportes EY House, Praça Kennedy, S/N, Campina, em Belém/PA 2ª SEMANA Segunda-feira (17/11) 17h - Rumo apresenta: Caminhos para a Logística Sustentável: Integração Modal e Eficiência Energética 18h - Hidrovias do Brasil apresenta: Governança compartilhada: público e privado pela pesca sustentável Terça-feira (18/11) 17h - Experiências de impacto: o papel das empresas na transformação social *Sujeita a alterações. Mais informações: Fariello Comunicação Fábio Aucélio (61) 9 8469-6373

Durante nosso evento “Infraestrutura em movimento: desafios para transformar o Brasil”, foi assinado o Pacto pela Infraestrutura, movimento que reúne entidades do setor em torno de uma agenda comum para o fortalecimento das bases institucionais e regulatórias do país. O pacto reforça a necessidade de aprovação de marcos legais estratégicos, como a Nova Lei de Concessões e PPPs (PL 2.373/2025). O projeto foi conduzido pelo deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) na Câmara dos Deputados, onde passou por intensas discussões ao longo de quase cinco anos até ser aprovado em maio deste ano. Depois disso, o projeto foi ao Senado, mas ainda não teve relator designado pelas comissões temáticas onde deve tramitar. O CEO da Santos Brasil e presidente do Conselho Diretor do MoveInfra, Antonio Carlos Sepúlveda, lembrou que ainda não foi nomeado um relator para este projeto de lei no Senado. Segundo ele, seria oportuno que a proposta fosse aprovada ainda nesta legislatura. “Eu acho que seria muito importante que nestes últimos talvez doze, 13 meses de legislatura, porque depois entra em ritmo de eleição, fica muito difícil, acho que seria importante sair desta legislatura com pelo menos este projeto aprovado”, disse. Além desse projeto de lei, o pacto também indica o aperfeiçoamento do licenciamento ambiental, o fortalecimento e a autonomia financeira das agências reguladoras, além da proteção das infraestruturas críticas com medidas de segurança e combate à atuação do crime organizado, como propostas essenciais para o desenvolvimento do setor. Assinaram o pacto: MoveInfra, ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias), ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), ABR (Aeroportos do Brasil), ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), ABTP (Associação Brasileira dos Terminais Portuários), Abcon (Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto) e Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias). O documento segue aberto para novas adesões. Segundo a diretora-executiva da ANPTrilhos, Ana Patrizia, porta-voz da iniciativa, a aliança nasce da constatação de que as entidades do setor compartilham um objetivo único: impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura como vetor do crescimento econômico e social do Brasil. “O que trazemos é uma plataforma de ação coletiva. Esperamos o apoio do poder público, do Legislativo, das agências e da sociedade, porque a infraestrutura precisa ser tratada como uma política de Estado”, afirmou a porta-voz das associações. Leia abaixo a íntegra do documento:


